Escritor angolano em Belo Horizonte

Ondjaki, escritor angolano, autografa livro e lança filme em Belo Horizonte Sobre o autor: Ondjaki, nasceu em Luanda, em 1977. Licenciado em Sociologia, é ficcionista e poeta, membro da União dos Escritores Angolanos. Suas obras encontram-se traduzidas em diversos países, como Espanha, Itália, Suíça e Uruguai. Recebeu, em 2000, uma menção honrosa no Prémio António Jacinto (Angola) pelo livro de poesia Actu Sanguíneu. Em 2005, o seu livro de contos E se amanhã o medo obteve os Prémios Literários Sagrada Esperança (Angola) e António Paulouro (Portugal). Ondjaki desenvolve trabalhos artísticos como roteirista, ator e pintor (duas exposições individuais, em Angola e no Brasil). Atuou como assistente de realização no filme As cartas do Domador (Brasil, de Tabajara Ruas), na direção e edição dos vídeos Essa palavra Sonho e Faenas de Amor (2005), além da concepção e roteiros da mini-série Sede de Viver (Angola, TPA, 2004) e do guião do curta-metragem A Canoa (1988).Como cineasta, co-produziu e co-realizou Oxalá cresçam Pitangas – histórias de Luanda (2006), um documentário sobre a cidade de Luanda. Sobre o filme: Oxalá cresçam pitangas fala sobre Angola, sobre Luanda. Angola, 30 anos de Independência, três anos de paz. Capital, Luanda. Cidade construída para 600.000 habitantes. Actualmente com quatro milhões. Cruzamento de várias realidades e gente de todas as províncias. Elo de ligação com o resto do mundo. A vida desta cidade são as pessoas. Que pessoas? Através de 10 personagens, mostram-se formas diferentes de viver e interpretar a cidade. Filmado em Luanda (2005), Oxalá cresçam pitangas revela a realidade por detrás da permanente fantasia luandense. Dez vozes vão expondo, com ritmo, dignidade e coerência, um espaço ocupado por várias gerações e dinâmicas sociais complexas. Conflitos entre a população e a esfera política, a proliferação do setor informal, as desilusões e as aspirações, o questionamento do espaço urbano e do futuro de uma Angola em acelerado crescimento. O civismo. A moral. Mas estes dez personagens falam também das suas vidas, do seu modo de agir sobre a realidade, da música que não pode parar. Aparece uma Luanda onde a imaginação e a felicidade defrontam as manobras de sobrevivência; onde a Língua Portuguesa é mexida para se adaptar às necessidades criativas de tantas pessoas e tantas linguagens. Este é um filme sobre uma Luanda que recria constantemente a sua identidade: os dias, as noites e todos os ritmos da cidade que não sabe adormecer. Com uma visão que acentua a esperança no futuro, Oxalá cresçam pitangas – histórias de Luanda é uma viagem pelas pessoas, pelos bairros e pelas histórias de Luanda. Dividindo a produção e a realização do projeto, Ondjaki e Kiluanje Liberdade, nascidos depois da independência de Angola, decidiram juntar preocupações sociais a uma visão estética própria. Se o filme nasce do desejo de questionar Luanda na sua modernidade, há uma busca ainda mais profunda: o que desejam os luandenses para o seu futuro? Que cidade sonham habitar e construir? Como incorporam as adversidades sem perder o sorriso? Partindo das ocupações e das histórias dos personagens, falando do campo prático, ocupacional, mas passando por memórias e experiências, os realizadores mergulharam nas ambiências positivas de Luanda, deixando a fantasia sobrepor-se ao sofrimento, sem fugir às verdades sociais. Filmam Luanda a partir de dentro: abordando a vivência, o olhar e a voz daqueles que a freqüentam. Para inventar uma conversa sobre a cidade... para que novas vozes estéticas, angolanas, possam reinventar e modificar Angola. Depois da guerra, Luanda é uma «outra» cidade que mistura fenômenos urbanos e rurais só possíveis em tempos de paz. O setor informal, sendo a grande alternativa, agita o país e dinamiza as relações. Os jovens colocam diariamente a imaginação a serviço da sobrevivência e da felicidade, inventando formas de viver e sobreviver – por necessidade e pelo gosto de se sentirem vivos. Palco de arte, festa e alegria, Luanda é uma cidade de fantasia. A tristeza e a felicidade convivem com a euforia. Os casamentos são sempre festivos; os funerais nem sempre são tristes. Há um substrato intencional de felicidade nas ações e intenções dos luandenses. A linguagem falada traduz um modo de pensar mais local e típico. Num português carregado de calões e de adaptações, reflete-se o modo interventivo de as pessoas agirem sobre a realidade. Nos gestos e nas falas, aparece a fantasia que acompanha os ritmos do quotidiano. A cidade vive, noite e dia, com música nos lares, nas viaturas, nas ruas. É possível captar uma vivência rítmica do quotidiano pela importância que se dá à música e ao convívio. Luanda ainda não havia sido filmada sob esta perspectiva realista e humana. Dia 30/08/2007, às 20h45min, Teatro PUC Minas.. Sessão de autógrafos e debate com o autor.

Comentários

Val Du disse…
Que maravilha! Ondjaki a� em Minas.
Se pudesse teria ido.
Mas, sou do R J, espero que ele passe por aqui.
Gosto muito das obras dele.

Cidinha teu blog � �timo.

Um forte abra�o.
Anônimo disse…
um livro
um segredo
aberto ao luar
comecei a desfolhar...
e fiquei logo sem medo...

bjkas

anamartims.blogpessoal.com

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