Sobre o resultado do concurso Literatura Para Todos, edição 2010

(Por Ricardo Aleixo). "É sabido que a presidente Dilma Roussef gosta de literatura, de livros, de escritores – e, claro, do bem que isso faz à sua imagem pública. Dilma gosta tanto do assim chamado mundo das letras que até um vestido com detalhe em forma de livro aberto ela tem, como se vê na foto abaixo. O problema, visto aqui do andar de baixo, são os burocratas do Ministério da Educação, que pensam que podem mudar as regras do edital de um concurso – a 5ª edição do Literatura Para Todos, da qual fui um dos vencedores – como quem muda de roupa. Sem dinheiro para honrar o compromisso de pagar os prêmios, o MEC firmou convênio com a Unesco que viola os termos do Edital, uma vez que condiciona o pagamento dos R$ 10.000,00 devidos ao vencedor de cada categoria à cessão “por tempo indeterminado” dos direitos de publicação. De acordo com o Edital, esses direitos seriam transferidos ao MEC por um prazo de 5 anos, sem exclusividade. Em outras palavras, os vencedores do Concurso, que, além do prêmio em dinheiro, oferecia como atrativo a publicação dos livros, poderiam dispor de suas obras como bem entendessem, durante a vigência do contrato. Com a entrada da Unesco na história, a situação mudou drasticamente: condicionar o pagamento do prêmio à cessão dos direitos por tempo indeterminado equivale à compra da obra, por valores irrisórios, numa transação decidida unilateralmente. Como escritor, cidadão e eleitor – crítico – do governo Dilma Roussef, tenho o direito de esperar da presidente da República e de seus colaboradores gestos de real valorização da literatura, do livro e da leitura (e da cultura como um todo) que transcendam o mero marketing político e o palavrório inconsequente. Quando menos porque é conhecido meu posicionamento no ainda incipiente debate público sobre os direitos dos escritores no Brasil, não posso aceitar que o Estado imponha a forma pela qual o fruto do trabalho criativo deve ser posto em circulação."

Comentários

Luciana disse…
Concordo com você, Cidinha! Não é possível vender uma obra por valor tão irrisório. Do que jeito elaborado no início, com os direitos transferidos ao MEC por 5 anos, sem exclusividade, aí sim. O governo estaria valorizando o autor, incentivando a arte, a literatura e a leitura.

Aliás, saiu o Concurso em 2011?
Luciana disse…
Concordo com você, Cidinha! Não é possível vender uma obra por valor tão irrisório. Do que jeito elaborado no início, com os direitos transferidos ao MEC por 5 anos, sem exclusividade, aí sim. O governo estaria valorizando o autor, incentivando a arte, a literatura e a leitura.

Aliás, saiu o Concurso em 2011?
Luciana disse…
Aliás, concordo com o Aleixo.

Eu recebi menção honrosa na primeira edição do concurso. Tive o meu livro publicado e distribuído.

Mas como a categoria não era contemplada, não cheguei a ganhar os R$ 10 mil. Mas fiquei super feliz.

Descobri que no interior de Minas, uma turma de um colégio público fez uma peça de teatro de fantoche com base no meu livro. Ou seja, além de lida, inspirei outra obra.

O Concurso Literatura para Todos valoriza o autor, incentiva a produção literária e a leitura, tão importante em nossos dias.

Espero que haja uma edição este ano, mas da forma como era, com os direitos tranferidos para o MEC, por um período de 5 anos, sem exclusividade.
Eu fui ganhador no gênero Novela. Vamos à história verdadeira. O MEC não havia cumprido com o pagamento do prêmio aos autores. Apenas o premiado´africano recebera através da UNESCO. A UNESCO assumiu o prêmio - depois de por acaso eu ter feito uma reclamação em uma pesquisa de literatura - e para tanto exigiu, corretamente, no meu entender, um contrato autor-UNESCO, anexando o edital do MEC. Acho ótimo que nossos livros possam circular através da UNESCO em povos de lingua irmã. Quem pisou na bola nisso tudo foi o MEC que não me respondia quando perguntava sobre o prêmio. Para concluir, agosto de 2012 e os livros não foram publicados. Este é o respeito que se tem com os escritores.

Postagens mais visitadas