MMA!



Por Cidinha da Silva

A menina mostra às amigas, orgulhosa, as costas lanhadas pelo muro de chapiscos durante o encontro noturno. Outra evidencia símbolos roxos no pescoço e ombros.

O namorado, no trem, enlaça a moça pela cintura e depois sobe a mão até o seio direito. Aperta, acaricia. Ela olha o açodamento do rio Pinheiros, sente o cheiro e pensa nas contas a pagar. O moço, enfim, entende que não vai rolar.

No ponto de ônibus, no ensaio do bloco, na praça, no litoral, inscreve-se ideologia na linguagem de acasalamento dos corpos. Biopolítica! Biopoder! Biodemarcação da propriedade.

Tempos sombrios de Gaza, também de MMA – Machuca Mais, Amor!

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