Trecho de Voe, Velho Madiba, espelho da liberdade!




"Sabíamos que você estava adoentado, iniciava o caminho de volta, mas ainda estava entre nós. A saudade agora dói mais, é o sentimento de adeus a um dos nossos que partiu para o país dos ancestrais.

Eu achava que não sentiria dor, não lamentaria, pois pensava estar conectada à sua necessidade de desenlace. Que nada! Caí do alto do cajueiro.

E que gente sonhadora conseguiria manter-se incólume à passagem do Madiba pela Terra, o grande espelho da liberdade? Todos nós que um dia sonhamos com a vida plena e humana, em algum momento nos vimos refletidos em sua voz firme, seu sorriso franco, seu olhar terno, sua coluna ereta e suas mãos de pugilista.

Nós ousávamos pensar, velho Mandela, que fazíamos parte de você. Sentíamos que o melhor de nós habitava em você. Era nosso jeito de crescer e de nos tornarmos dignos da sua luta sem trégua contra o racismo institucional. Queríamos ser persistentes como você, que a determinação se encaixasse em nós como sobrenome e que sua tenaz ternura nos apaziguasse" (Trecho de Voe, Velho Madiba, espelho da liberdade! de Cidinha da Silva, no livro Sobre-viventes!).

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